domingo, 4 de setembro de 2011

[leia] Entrevista - Olho no Olho - com Flávio Carvalho da InfoDigital


VA – Como você iniciou a sua carreira empresarial? Iniciei em casa com um computador sem impressora. Digitava os trabalhos e pagava pra ser impresso em outro local, porque naquela época havia poucas na cidade, e isso diminuía bastante meu lucro. Passei 06 meses nessa luta, até que o dia o amigo Alex do Carmo vendo a minha situação financiou uma impressora pra eu pagar do jeito que eu quisesse. Tive ajuda e incentivo de outros amigos, como a minha ex-patroa Dra Toinha (Vidraçaria Iguaçú) onde trabalhava. O amigo Roberwal, que ofereceu um prédio do Pai dele pra ficar sem pagar nada, somente a energia. Um espaço bem pequeno, onde cabiam o computador, a mesa e cadeira, o cliente ficava no lado de fora esperando os serviços. O pouco saldo era dividido com a digitadora, Jacira, ela entrava com a mão de obra e eu com os equipamentos, 50% pra cada. Sempre com ajuda dos amigos fui conseguindo o meu espaço. Alan Rodrigues foi um cara pra lá de bom, sempre me vendia os equipamentos pra pagar com o apurado, vamos dizer no popular. Foram tantos outros que me apoiaram, como o professor Elmo Alves, que sempre me cedeu seu cartão pra comprar equipamentos.Minha esposa Nara Lira. Não esquecendo o Júnior ArtDigital me presenteando com suas artes.

VA – Quem lhe serviu de inspiração? 

Minha inspiração foram as dificuldades vividas no dia-a-dia, pois tive que deixar Apodi para trabalhar vendendo livros no Pará. Passei muitas dificuldades lá, e a partir disso tracei metas pra mudar a história da minha vida, fazer o bem e conquistar os meus ideais e objetivos, sem passar por cima de ninguém e sempre honestamente. Queria oferecer uma vida digna a minha Mãe, ela é e sempre foi minha inspiração, é a razão de trabalhar dia e noite, a ela eu devo tudo que sou e muito mais.

VA – Antes de ser empresário, qual atividade você desenvolvia? 

Pense numa história comprida. Eu já vendi picolé, tive uma confeiteira, vendia frutas, já descarreguei muito caminhão de sal do Chico de Amâncio, trabalhei fazendo doce e carolina, vendia leite, plantei algodão, feijão e milho. E digo isso com muito orgulho. Em 1992 fui vender livros no interior do Pará. Certo dia mãe ligou e disse: “Venha embora que seu canto é aqui”. Voltei e lutei novamente até conseguir um emprego na Vidraçaria Iguaçu, passando 6 anos, até surgir a oportunidade de colocar o meu próprio negócio.


VA- A INFODIGITAL tem conquistado mercado e tem atraído clientes de muitas cidades da região? 
Sim. Temos apostado muito no mercado de Apodi, e investimos numa mídia forte em toda região do médio e alto oeste. Pouco a pouco, já estamos colhendo alguns frutos e conseguindo novos clientes, que é o nosso principal objetivo, novas conquistas.

VA – A Empresa INFODIGITAL gera quantos empregos em Apodi? 
Hoje a INFODIGITAL gera 12 empregos diretos e mais 03 indiretos. Respeitando seus direitos trabalhistas, treinando, qualificando, e dando total confiança e suporte aos nossos colaboradores, pois sem eles a INFODIGITAL não seria o que é hoje.

VA – Quais são as principais dificuldades enfrentadas no ramo de atuação da sua empresa? 
O mercado local ainda é pequeno para absorver os serviços e, além de tudo temos que está sempre inovando e renovando as nossas ideias, já que os grandes centros centralizam tudo. A matéria prima é escassa, a mão de obra qualificada praticamente não existe, mas temos que enfrentar essas dificuldades pra sermos capazes de crescer cada vez mais no mercado local e regional. Outra dificuldade que posso citar é a grande carga tributária que assola todo o setor de prestação de serviços em nosso país. Os impostos impedem o barateamento do produto final ao consumidor.

VA – Como você avalia o setor empresarial hoje em Apodi? 
Tem crescido constantemente, com grandes empresários que estão antenados, inovando na estrutura das suas empresas. Temos uma CDL forte, uma ACEMA que está surgindo com força pra engrandecer os empresários e os núcleos. Podemos dizer que o comércio local tem vivido o seu melhor momento.

VA – Quais características o jovem empresário precisa ter para conseguir liderar uma empresa competitiva e ter sucesso no mercado? 
Ser audacioso, não temer, dá à cara a tapa mesmo. Ter visão, ideias e sempre colocá-las em prática, desafiar a sua própria confiança. Quanto à liderança é uma luta diária, é muito complicado liderar pessoas. Tem que ser motivador e estar motivado. Tem que ouvir e falar. Ser capaz de aplicar normas e quebrá-las de acordo com o formato da situação vivenciada. Tem que fazer um jogo duplo, oferecer e tirar, levar e trazer, e o mais importante, ser companheiro dos liderados.

VA – Qual conselho você daria para os jovens que estão ingressando no mundo empresarial? 
Seja você mesmo, não tem que copiar ninguém, seja inovador, tenha ideias criativas. Estude e busque novas informações e conhecimentos. Seja versátil e capaz de levantar quantas vezes for necessário. Acima de tudo tenha sempre a sua família do seu lado, os verdadeiros amigos e sempre esteja com Deus em mente, porque Ele é nossa fortaleza.

VA – Qual sua definição de empreendedor? 
É você ser capaz de visualizar o progresso quando ele ainda não chegou. Ser capaz de transformar uma ideia fracassada em conquista. Ser capaz de inovar e melhorar o que já existe, e ser capaz de liderar e administrar com sabedoria e competência.

VA – Como você vê a faculdade no sentido de impulsionar o empreendedorismo? 
Hoje, a formação profissional é fundamental. Claro que ter vocação é imprescindível, tem que instinto de empreendedor porque não adianta querer fazer algo só porque o vizinho fez e deu certo. A formação é um complemento necessário para que suas ideias sejam aplicadas de forma adequada, correta e sólida.

Fonte: Leylla Karla.

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