sábado, 19 de novembro de 2011

[leia] A conjugação do verbo “sarrar”

Divertir-se à noite já foi “curtir um baile”. Houve tempo que era uma “tertúlia”.
Ah, não esqueçamos das “discoteques” (discotecas).

Podia ser uma “festa” tão somente, com bandas que tocavam de tudo: de Supertramp a Luiz Gonzaga.

“Boate” continua em evidência, mesmo que por lá quase ninguém consiga conversar a dois, outros prefiram quebrar braço de mulher e não tenhamos músicas como no passado. Impera o império do forró.

Mas a palavrinha mágica, da moda, para definir a noitada, é mesmo “balada”. Ir para a balada é uma espécie de senha para uma suposta felicidade.

A linguagem muda, mas não muda o desejo: “à noite, todos os gatos (gatas) são pardos”, diria a sabedoria popular. Por isso – talvez – que tudo esteja tão parecido.

Na ânsia de ser diferente, muitos de nós acabamos fazendo parte de uma engrenagem de iguais, sozinhos na multidão. “Sociáveis” na ânsia de sermos aceitos. Assombra-nos o medo de sermos descartados por não termos os mesmos gostos dessa ou daquela “tribo”.

Será que pelo menos sobrou o “sarro”. Sobrou? Dizem que não existe mais, porque tudo chega logo aos “finalmentes”. É uma ejaculação precoce coletiva.

Quando descobrirem a conjugação do verbo “sarrar”, talvez entendam melhor o que estou dizendo.

Por Carlos Santos

Um comentário:

Briel disse...

Ah meu caro articulista, o sarro existe sim e está em pleno vigor, embora que com nome diferente de nossa época, como vc mesmo disse, não há mais tertúlia, serenata, mas há as festas deles(as) com os nomes que preferem. Trabalho há 30 anos com jovens adolescentes como professor e, durante as aulas faço perguntas sobre a vida intima, as respostas são quase que por unanimidade: "sarro",, "fico", só me entrego mesmo se eu gostar (essa a maioria das respostas das meninas), já os meninos, a maioria respondem: caiu na rede é peixe, mas isso já é esperado, pois nossa sociedade é machista.