quarta-feira, 24 de julho de 2013

O preço do radicalismo político e as perdas causadas ao Apodi

Compulsando os anais históricos sobre o município do Apodi, resta configurada uma extensa lista de virulentas manifestações de exacerbado e inconsequente radicalismo político. Esse desiderato revela perseguições políticas, açoites, acumpliciamento e acolhida a hordas cangaceiras, saques, depredações e assassinatos.

É imprescindível que exterminemos de uma vez por todas esse nocivo comportamento político, emparedando desejos e delírios de comando de grupelhos que se autodenominam de líderes. Decretemos que o prazo de validade do engodo chegou ao final. Não há como obscurecer a realidade de que esse danoso processo presente na história de Apodi restringe-se ao conservadorismo das forças políticas dominantes, que tem como meta basilar a manutenção dos padrões sociais tradicionais do braço e do cutelo. As flagrantes perdas de oportunidade que alavancariam o progresso de Apodi colidem com as irascíveis manifestações de oposição radical à implantação de obras estruturantes, vistas sob a ótica desarrazoada da oposição, que veste a carapuça da inveja e do infundado temor de que a concretização de uma obra de vulto proporcione dividendos eleitorais à pessoa que logrou êxito na consecução da obra relevante.

Agem nesse diapasão com fito único de satisfazer seus insanos egos, reféns do assédio do mandonismo inconsequente, sem atentar para o fato de que o radicalismo constitui um atentado ao bem estar da coletividade.

A persistência desse pérfido mal emblematiza o município do Apodi como o que mais perdeu espaços e oportunidades em termos de progresso. Tem formado uma barreira quase intransponível para que o Apodi saia desse famigerado marasmo e atraso em seu desenvolvimento urbano e rural. É bem verdade que essa doentia manifestação de conduta e pensamento atrela-se à inexpressivos e inexpressivos grupelhos políticos que tem como meta principal a satisfação de seus interesses pessoais. São reconhecidos como redutos de egos inflados por ódios inexplicáveis e sem referenciais que os justifiquem.

É de estarrecer e causar estranheza o fato de que o município do Apodi, detentor de vultoso potencial de recursos naturais que o alavancaria aos umbrais do progresso, tenha sido entregue à letargia e à indiferença dos seus administradores, ao longo de sua história política e administrativa - 1833 a 2013. Aos conterrâneos que pretendam fazer uma incursão à esse esquecido capítulo da história do Apodi, sugiro envidar pela pesquisa nos 04. Tomos que tratam da história do RN, que tem o instigante título "FALAS E RELATÓRIOS DOS PRESIDENTES DA PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO NORTE" - Coleção Mossoroense -Fundação Vingt-Un Rosado. Há uma vastidão de informes históricos sobre o Apodi, dispersos em notas abreviadas, mas que juntas em miscelânea, serão de suma importância para nosso conhecimento.

Dentre  a  imensa  gama  de   fatos  lamentáveis  que  macularam  a  história  do  Apodi, e  que  constituíram perdas irreparáveis  para  o  nosso  patrimônio  material  e  moral,  merecem  destaque:

-  Importação, via  Tilon  Gurgel,  de  elementos  dados  à  truculências,  vindos  da  cidade  do  Martins  e  da  serra  do  Pereiro, no  Ceará,  respectivamente  Srs.  Juvêncio  Barreto  e  Martiniano  de  Queiroz Porto  e  Décio  Holanda, que  fixaram  residência  em  Apodi  no  ano  de  1915, tendo  Juvêncio   passado  a  residir  em  sua  fazenda  "Unha de  Gato", e  Martiniano  naquele  sobrado  onde  funcionou  o  primeiro  Cine  Odeon, na  rua  João  Pessoa.  Já  o  Décio     Holanda fixou  moradia  no  sítio  "Brejo do Apodi", em terras  do  seu  sogro  Tilon  Gurgel.  Décio  era  protetor  e  pagador   de  um  bando  de  cabras  armados, em  número  de  cinquenta.

-   O  Desembargador  Felipe  Guerra  trafica  influência  e  indica  para  assumir   a  Comarca  de  Apodi (Ano  1922)  o  seu  amigo  íntimo  Dr. João  Dantas  Sales,  que    assumiu  publicamente  que  cerrava  fileiras  na  oposição  ao  então  Presidente  da  Intendência  Coronel  João  Jázimo  Pinto e  seu  genro  Francisco  Pinto, transformando  sua  residência  em  valhacouto  do  chefe  de  cangaceiros  Benedito  Saldanha, a  quem  protegia  às  escancaras.  Para  fazer  cessar  esse  acinte  ao  povo  de  Apodi,  em  1925  o  então  governador  do estado  Dr.  José  Augusto  promoveu  o  Juiz  João  Dantas  Sales  para  uma  comarca  de  segunda  Entrância, o que  o  fez  sair  da  cidade  do  Apodi;

-   Em   10  de  Maio  de  1927  a  cidade  do  Apodi  é  assaltada  e  saqueada  por  um  bando  de  cangaceiros, em número  de  27,  pertencentes  ao bando  de  Lampião, que  se  achava  aquartelado  na  Serra  do  Pereiro, em fazenda  de  José  Cardoso, primo  e  compadre  de  Décio  Holanda, que  por  sua  vez  era  genro  do  pérfido  e  truculento  Tilon  Gurgel. O bando  era  comandado  por  Massilon  Benevides.  Nesse  fatídico  dia  o  bando  assassinou  o  comerciante apodiense  Manoel  Rodrigues, que deixou  a  viúva  Lúcia,  que  viria  a  casar  com  o  Sr. Vicente  Maia;

-   Em  1931   o  Desembargador  Felipe  Guerra,  em  manobra  sórdida  para  prejudicar  o  povo  apodiense, retirou a  sede  da  Comarca   para  a  cidade  de  Caraúbas,  rebaixando  Apodi  à  condição  de  Termo  da  Comarca  de  Caraúbas.  Essa  humilhante  situação  só  foi  revertida  em  1947, quando  o  então  Prefeito  Lucas  Pinto  elegeu  o  Telegrafista  Cosme  Lemos, casado  com  uma  apodiense (Hilda  Lopes, tia  de  Robson  Lopes) Deputado  Estadual, que  apresentou  projeto  que  retornava  Apodi  à  condição de  sede  da  comarca;

-   Entre  o  período  de  1920  a  1934   o  Des.  Felipe  Guerra  tenta  alocar  recursos  federais   via  Deputado  Federal  Martins  Veras, para  construção  da  Barragem de  Passagem  Funda, com   o  fito  único  de  transformar  a  várzea  do  Apodi  num  imenso  lago, expulsando  humildes  agricultores  vinculados  às  hostes  pacifistas  da  família PINTO;

-   Em  Janeiro  de  1934  o  líder  político  Coronel  Francisco  Pinto  é  sondado  pelos  líderes  políticos  e  ex-governadores  José  Augusto  e  Juvenal  Lamartine  para  aceitar  a  indicação  do  seu  nome  como  candidato  indireto ao  cargo  de governador  do  estado, tendo  os  mesmos  recebido a  anuência  do  líder  apodiense.  O  governador  era  eleito  pelos  srs.  Deputados  Estaduais, em votação  realizada  na  Assembléia  Legislativa.  Ocorre que  os  invejosos  Luiz  Leite  e  Tilon  Gurgel, pressentindo  a  vitória  do  Partido Popular  em  maioria  de  Deputados  Estaduais, contrataram  a  mão  mercenária  do  bandido  Itauense  Roldão  Frutuoso  de  Oliveira, vulgo  Roldão  Maia,  que  assassinou  covardemente  o  líder  Francisco  Pinto, às  20:30  horas  do  dia  02  de  Maio  de  1934.  Em Outubro, realmente  o  Partido  Popular, ao  qual  Francisco  Pinto  pertencia, elegeu  uma  bancada  de  14  Deputados  Estaduais, contra  11  do  Partido  Liberal,  dentre  os  quais  Benedito  Saldanha  e  Felipe  Guerra.  Apodia  perdia, assim,  a  oportunidade  única  de  ter  um  seu  filho  governador  do  estado;

-   Em  2010,  2011   e  2012  o  município  de  Apodi  perde, pela  desunião  e  pelo  radicalismo  político  predominante,  O  Campus  da  Ufesa,  respectivamente  para  as  cidades  de  Angicos, Caraúbas  e  Assu.

Diante  todos  esses  infortúnios  e  mazelas, resta  a  necessidade  de que  todos  nós  APODIENSES  nos  unamos  em  um  só  pensamento  e  um  só  objetivo, cerrando  fileiras  nesse  magnífico   e  profícuo  movimento  EM  PROL   DA  CRIAÇÃO  E  INSTALAÇÃO  DO  CAMPUS  DA  UERN   EM  APODI.   Que  esse  movimento  represente  o  marco   inicial  para   a  erradicação  desse  mal   que  tanto  tem   atrasado  e  prejudicado  o  nosso  município.  A  juventude  que  comanda   o  movimento  é  detentora  de  imensurável  capacidade  para  conduzir  debates, negociações, articulações  e  formulações, pela  eficiência  na  leitura  da  realidade  apodiense.  Juventude  com  reconhecida  densidade  cultural  para  conceber  idéias, construir   posições,  elaborar  propostas  e  projetá-las  para  o  centro   do  debate,  liderando  sua  repercussão  e  tomada  de  posição.

AVANCEMOS conterrâneos! AVANTE  Apodi!

Marcos  Pinto  -  24.07.2013.

6 comentários:

Anônimo disse...

Por mais contundente que se apresente as afirmações do Senhor Marcos Pinto, mas já quase em tom patético suas colocações, sempre a apontar a flamigerada condição da sua cidade Apois as "garras" do Senhor Felipe Guerra e Tilon Gurgel. Evidentemente uma exposição de cunho pessoal e desproporcional, e em nada agrega valores tanto a apodienses como felipenses. Como ele mesmo cita, e como deveria fazer: "AVANCEMOS conterrâneos! AVANTE Apodi!"

Pobreza de argumentação e sem nada a acrescentar a nada ou a ninguém da Chapada do Apodi, somente radicaliza e ridiculariza ainda mais a postura de Apodi as causas tão nobre como a instalação destes Campi na nossa região.

Literalmente ele expressa: "Faça o que digo, mas não façam o que eu faço".

Sou um cidadão Felipense e, além de tudo Potiguar e Nordestino.

Anônimo disse...

PARABÉNS AMIGO MARCOS PINTO!

Anônimo disse...

Estudante querem instalação da Uern em Apodi.....

Anônimo disse...

HOJE EM APODI O RADICALISMO É O MESMO DE 1936 E ETC.

Anônimo disse...

o radicalismo no nosso APODI ainda continua principalmente dos nossos politicos

Anônimo disse...

Impressão minha ou tá tentando tornar heróis os "PINTOS"?