A atitude do prefeito Flaviano Monteiro de interditar as
obras da adutora Santa Cruz Mossoró, que estava cortando a cidade de Apodi para
assentamento da tubulação, foi amplamente apoiada pelos apodienses que se
mostravam indignados com a falta de respeito ao município que sequer foi
comunicado oficialmente pela empresa responsável ou a Caern.
As obras que estavam esburacando a cidade e provocando
congestionamentos no trânsito, foram paralisadas desde quinta-feira, quando o
prefeito esteve no local para conversar com os responsáveis pelo projeto e
solicitar a apresentação de autorização e do projeto técnico, atendendo
reivindicações da população e dos vereadores que enviaram ofício pedindo
embargo da obra.
Não houve necessidade de ação judicial porque o pedido de
paralisação da obra, feito pelo prefeito em visita ao local, foi atendido pela
empresa responsável, a Hidroconsult e a Caern, que enviaram representantes para
conversar com Flaviano e justificar os transtornos causados à população,
sem que houvesse solicitado autorização à prefeitura.
“Entendemos que a água é um bem público, mas não podemos
permitir o avanço dessa adutora sem que o problema de abastecimento da nossa
cidade seja resolvido, porque temos bairros em que os filhos de Apodi precisam
comprar água, devido à irregularidade do abastecimento. É uma questão de
justiça com os apodienses”, explicou o prefeito durante a reunião com Clóvis
Veloso, da Caern e Carlos Gileno, engenheiro da Hidroconsult.
Durante a reunião, o prefeito e o vice-prefeito, em comum
acordo com os vereadores, que foram representados pelo vereador Genivan Varela,
colocaram como condição para o avanço e conclusão da obra, cinco reivindicações
que foram protocaladas em ofício enviado aos responsáveis pela obra à
governadora Rosalba Ciarlini.
As reivindicações são: os 30% de saneamento básico,
prometidos pela Caern; a Adutora para região da Pedra; a autorização para
implantação do Campus Avançado da UERN; solução para o abastecimento de água de
Apodi; e a conclusão do Complexo Turístico da Barragem de Santa Cruz. “São
problemas locais que já poderiam ter sido resolvidos e por uma questão de
justiça e respeito com Apodi, só levarão nossa água se nos atendermos”,
enfatiza Flaviano.
Em visita a Apodi no final de semana, o deputado estadual
Getúlio rego, em entrevista ao programa Apodi Terra Querida deu total apoio às
reivindicações do prefeito e se comprometeu, junto com o secretário estadual de
Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Leonardo rego, de interceder junto ao
governo para liberação adutora da região da Pedra. Com relação ao Campus da
UERN o deputado esteve em todas as audiências sobre a reivindicação e continua
firme no apoio à luta dos apodienses.
Fonte: NCM/Apodi
5 comentários:
FEDERALIZAR OU NÃO FEDERALIZAR A UERN?
Em momentos de crise, fala-se que a criatividade é, em geral, aguçada. Mas, em se tratando da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, a crise levanta, sim, um assunto complexo, delicado e, acima de tudo, polêmico: a federalização da Uern.
Nos intramuros da instituição, o tema é visto com sérias restrições entre docentes e técnicos-administrativos. Apenas setores do alunado é que entendem a federalização como algo positivo. Vou mais além: chegam a dizer que a iniciativa tende a se configurar como a verdadeira salvação da Uern. Nem tanto e nem tão pouco.
Quando se fala em federalização da única instituição pública de ensino superior de responsabilidade do Governo do Estado, a impressão que se dá é que aqueles que deveriam zelar e, principalmente, trabalhar pelo fortalecimento da universidade, querem mesmo é se livrar da responsabilidade para com a Uern.
O que deve estar, sim, na pauta do dia da classe política mossoroense e, por que não, do Rio Grande do Norte, é a autonomia financeira para a instituição. Algo sonhado por muitos reitores, discutido inúmeras vezes, mas que não obteve qualquer avanço. A instituição permanece na ‘pindaíba’, o que é lamentável para uma universidade que representa a realização do sonho de muitos jovens de baixa renda de ingressar no curso superior.
Ainda lançando luz à classe política mossoroense e do Rio Grande do Norte, os nossos representantes são devedores, e muito, da Uern. Com raras exceções, e cito a deputada federal Sandra Rosado que, anualmente, inclui recursos para a universidade no Orçamento Geral da União, os demais representantes políticos praticamente ignoram a Uern, a não ser em questões que, mais adiante, renderão frutos eleitoreiros.
Na visão da coluna, a federalização não é, e muito dificilmente será, a solução para a Uern. O caminho adotado deve ser outro. Um pacto envolvendo os representantes de Mossoró, especialmente na Assembleia Legislativa e Câmara Federal, em favor da Uern. Um bom começo seria exatamente a inclusão de emendas coletivas, por exemplo. A Câmara Municipal de Mossoró que, diga-se de passagem, sempre foi muito distante da Uern, também poderia adotar atitude semelhante e contribuir de alguma forma com a universidade.
CAMPUS DE APODI
O compromisso de congressistas e deputados estaduais, além do parlamento mossoroense, em alocar recursos para a Uern possibilitará, entre outras coisas, a criação do Campus de Apodi, luta e sonho do valente povo apodiense, mas que está emperrado na falta de recurso. Este artigo de abertura tem, acima de tudo, a finalidade de levantar a reflexão sobre a própria universidade e sua federalização, mas também certo alerta à classe política que, ao invés de criar um problema, que seria o moroso e traumático processo de federalização, passe a olhar com carinho e apreço a querida instituição enraizada em Mossoró, mas que está presente em praticamente todas as regiões do Estado. É isso!
“Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado”, já dizia Roberto Shinyashiki
Antigamente, o pessoal vinha, fazia o que bem entender e iam embora. Essa paralisação da adutora é uma forma de dizer que aqui tem dono!
Parabéns pela atitude. Temos reivindicações e esperamos que elas sejam atendidas. É simples, assim. Chega de levar e nada trazer.
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