“Não leve desaforo para casa,
leve gente desaforada para a cadeira”, recomendou o promotor Sílvio Brito aos
policiais que estão realizando um trabalho educativo no trânsito de Apodi e
cidades da Comarca, durante audiência realizada na quarta-feira, no Salão Nobre
do Tribunal do Júri, deixando muito claro com relação ao respeito que a
população deve ter à autoridade destes policiais.
A criação e atuação do
Núcleo de Trânsito para organizar o tráfego de veículos na zona urbana do
município de Apodi e em outras quatro cidades da comarca, vem causando
polêmica, porque a população alega a falta de sinalização na cidade, para que a
organização seja possível, além das longas filas de espera para conseguir
carteira de habilitação.
Em busca de uma solução pacífica
para o problema, a 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Apodi realizou
audiência pública para discutir os problemas do trânsito de Apodi e de
municípios da comarca, com a participação de representantes dos poderes
executivo e legislativos de todos os municípios.
Para justificar a medida que
visa disciplinar o trânsito, o Capitão da PM, Marcos Carvalho, responsável pela
implantação da obrigatoriedade do uso de capacete em Apodi, mostrou dados
alarmantes sobre acidentes no trânsito dos municípios da comarca. “Em 2013, foram 273 acidentes, com 24
vítimas fatais; em 2014, já estamos com 87 acidentes, com 15 mortes”,
alertou o Capitão.
O prefeito Flaviano Monteiro
já havia se pronunciado sobre o assunto, enfatizando que é a favor das medidas
tomadas, mas pediu um prazo para que as pessoas possam se adequar à Lei. “A minha preocupação é com pessoas que não
têm condições de tirar a carteira, que custa cerca de R$ 1.200,00, além de
outros problemas, como pessoas analfabetas, veículos com documentos atrasados e
falta de sinalização no trânsito”, enumerou.
O Capitão Maximiliano, da
Polícia Rodoviária Federal, falou da necessidade de um policiamento específico
e diário no trânsito destas cidades, mas reconheceu que o tema é polêmico. “Só
quem sofreu acidente ou teve algum familiar, vítima desse tipo de violência,
pode avaliar a urgência da medida. Ouvimos as pessoas pedirem a fiscalização, a
efetivação e a punição daqueles que utilizam veículos para trazer malefícios
aos que usam a via pública”, enfatizou.
O presidente da Associação de
Água Fria, Francisco Edjarles, falou em nome dos moradores da zona rural. “Nós queremos trabalhar na Lei, mas queremos
também condições para ficarmos regularizados. Eu abri um processo para adquirir
carteira de habilitação em agosto do ano passado e ele só vai ser
concluído em outubro deste ano. Nós queremos um olhar diferenciado para o
homem do campo”, pediu.
Ao final da audiência, ficou
acertado que haverá primeiro um trabalho educativo, a sinalização das cidades e
um prazo estabelecido para que as pessoas regularizem suas carteiras de
habilitação e a documentação dos veículos. Enquanto isso, não será tolerado
desde já: embriaguês ao volante; menores ao volante; falta de luzes de
sinalização de veículos; o não uso do capacete e do cinto de segurança.
A audiência foi muito
participativa e contou com a presença dos prefeitos de Apodi, Flaviano
Monteiro; de Felipe Guerra, Haroldo Ferreira; e de Severiano Melo, Dagoberto
Bessa, além de representantes das Policias Rodoviária Estadual e Federal, da
Polícia Militar local, do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN).
Também estavam presentes
representantes do poder Legislativo dos municípios de Apodi, Severiano Melo,
Felipe Guerra, Rodolfo Fernandes e Itaú. Representantes da Câmara de
Dirigentes Lojistas, CDL, e de outros segmentos da sociedade apodiense.
Um comentário:
Parabens ao promotor e ao capitão pela iniciativa de apliar a lei e os politicos por favor que não se metam ,que não tentem atrapalharem.
Postar um comentário