Por Marcos Pinto
O período
momesco foi, é,
e sempre
será o período
mais propício para os prefeitos
e governadores massagearem o ego da
plebe ignara, contando com a colaboração de
suas forças de mídia, distorcendo os fatos e a
realidade. O povo encarna perfeitamente a figura
do bobo da Corte. No decurso do
carnaval há um intenso e imensurável
conúbio do silêncio da conivência com os
fatos que instigam o caos social em
estado de metástase, principalmente na saúde e
segurança pública.
Ajustam o
retrovisor com precisão cirúrgica, para
focar exatamente no ponto cego da
efêmera ilusão momesca, criando um clima
adequado para a disseminação da estratégica
desculpa esfarrapada. Há como
que um surrealismo dominante da
ilusória alegria, correndo célere para o
estuário da histeria coletiva,
acompanhada por danosa amnésia seletiva.
Tudo efeito repleto de ilusão.
No meio desse alinhavado cenário,
o medo e a Angústia dos dias
tumultuosos e violentos dos assaltos
e crimes hediondos são pisoteados por
manobras estratégicas, que por sua
produzem uma fantasia enganosa de
equilíbrio do custo de vida e
da falsa tranquilidade das ruas.
Divorciam-se dos saudáveis
hábitos da prevenção e do comedimento.
Encenam de forma exímia a coreografia
da madrugada dos vira-latas, ampliando o
pecado capital arrimados na devassidão dos
desvios sexuais, além de se sentirem tutelados
pela rubrica da alegada normalidade.
Potencializa medíocres ações
emergenciais adormecidas em hábitos e
manias pretéritas. A contratação de
bandas e trios elétricos pagos sob estipulação
de preços superfaturados reflete o empenho
sub-reptício desses gestores em persuadir
e aliciar a população usada como
elemento de marketing enganoso e massa
de manobras nada republicanas. Consolidam
conquistas eleitorais e instigam indecisos
e obedientes a participarem, cerrando
fileiras no famoso “cordão dos puxa-sacos”.
É muito ludibrio concentrado. São
gestores que esboçam pérfidos sorrisos
quilométricos - os famosos sorrisos de
orelha à orelha. Nessa empreitada, escondem
de forma sutil um maquiavélico coração.
Sorrisos que representam mais esgares de
hienas famintas do que propriamente
lampejos de felicidade.
Eis que na frívola
ostentação da vivência carnavalesca, o
desfecho da azáfama deixa um
logro de amargo tormento,
evidenciando que não há mais tempo
para corrigir o prumo, achar o seu
norte, caminhar sem sobressaltos. Das
muitas andanças e desvios
éticos e etílicos dos foliões, resta-lhes
pesados contratempos.
Porque não esperou pelo
tempo, que é mestre na escola
da vida, que tudo apura ?. Com
cega precipitação, abraça a mentira,
virando as costas à verdade, atropelando
a suposta inocência. Comedido e
às vezes apaixonado, assiste-lhe grande confiança
para se defender sofrendo, tendo por amas
a tranquilidade e por escudo o
silêncio dos arrependidos. Termina se
sobressaindo o errado e o caricato.
Percebe-se no comedimento muita
ciência e discrição nas coisas de Deus,
do crédito, da reputação e da honra.
Como é gratificante a convivência com
espíritos elevados, de ardentes caridades, de
suma honestidade, austeras penitências e profunda
humildade. Tenhamos inteligência para considerar
e juízo para deliberar. Inté.
Marcos Pinto é advogado e escritor
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