Bento XVI deixará o cargo máximo na hierarquia da Igreja Católica |
Fontes no Vaticano
disseram que três coisas foram levadas em conta na decisão de manter Bento 16
vivendo num convento da Santa Sé depois que a sua renúncia se efetivar, em 28
de fevereiro. A polícia do Vaticano, que já conhece o papa e seus hábitos,
poderá proteger sua privacidade e segurança, sem que seja necessário contar com
uma força policial estrangeira.
Outra consideração
foi que, se o papa se mudasse permanentemente para outro país, indo viver em
reclusão num monastério da sua Alemanha natal, por exemplo, esse poderia ser
tornar um local de peregrinação. Isso seria complicado para a Igreja,
especialmente na improvável hipótese de que o próximo papa tome decisões que
desagradem à ala conservadora, que então se dirigiria ao local de residência do
antecessor para lhe prestar homenagens.
A última coisa
levada em conta foi a possível exposição do pontífice a processos judiciais por
causa dos escândalos sexuais. Em 2010, por exemplo, Bento 16 foi apontado como
réu em um processo que o acusava de se omitir na época em que era cardeal, em
1995, e teria ficado sabendo de abusos cometidos décadas antes nos Estados
Unidos. Os advogados retiraram o processo no ano passado, e o Vaticano disse
que isso foi uma comprovação de que o papa não pode ser responsabilizado por
atos de subordinados.
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