Aprovação do Campus para Apodi foi adiada pelo Consuni

O resultado da manifestação de mais de 200 apodienses que protestaram na sede da reitoria, local da reunião do Conselho Universitário da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (CONSUNI/UERN) para decidir sobre a aprovação de um Campus para Apodi, não foi o que a sociedade apodienses esperava, mas pode ter sido um passo decisivo para a concretização de uma luta  iniciada há  10 anos.

Os manifestantes chegaram cedo a reitoria e aguardaram a entrada dos conselheiros com muito barulho. A reunião foi presidida pelo reitor Milton Marques de Medeiros, que abriu espaço para as autoridades e um representante dos estudantes se pronunciarem. Em seguida, todos conselheiros se pronunciaram e fizeram questionamentos aos deputados presentes. O clima ficou tenso muitas vezes e os manifestantes demonstravam impaciência lá fora.

Após seis horas de reunião e muita discussão, o CONSUNI decidiu, por 17 votos a 16, formar uma comissão para discutir e elaborar a minuta de resolução para a criação do Campus Avançado de Apodi. A decisão inicialmente provocou revolta nos manifestantes, que queriam impedir a saída dos conselheiros, mas foram aconselhados pelo prefeito Flaviano Monteiro a manterem o clima de paz que vem caracterizando a luta desde o início.

“Senti orgulho de ser apodiense, pela bravura do nosso povo, mas decepcionado com o Estado do RN que não teve a competência de construir um Campus Universitário ao longo de 178 anos de história de uma cidade tão importante do ponto de vista econômico, cultural e social e com o Conselho que não levou em consideração o fato de termos apoio político e recursos alocados para a obra”, declarou o prefeito, após o resultado.

Apesar do clima de tensão, os membros do CONSUNI não cederam à pressão por considerarem que adiar a decisão sobre a criação do Campus não significa que ele não será criado. “Precisamos corrigir falhas técnicas e legais apontadas pelos conselheiros, tais como: as planilhas, que só tratam da construção 12 salas de aula, guarita e cerca. Falta de referência a bibliotecas, departamentos, salas de professores”, justifica o conselheiro João freire, que é apodiense.

“O adiamento da decisão do CONSUNI sobre o Campus da UERN em Apodi, deve ser considerado como uma atitude sensata e prudente”, avalia o professor apodiense Neto Vale. O estudante Petrônio Andrade, que faz parte do Conselho, vê o resultado como positivo para Apodi, porque significa que há uma preocupação em estabelecer  critérios para que o Campus seja criado, como uma forma de garantir a qualidade dos serviços oferecidos.

O prefeito Flaviano também não avalia a decisão como uma derrota, mas como uma forma de fortalecer a luta pela criação de uma instituição de qualidade que possa de fato atender aos anseios da população apodiense. “Estamos todos de parabéns, todos emanados de um só pensamento, colocando Apodi acima de qualquer vaidade pessoal ou de grupo e é dessa forma que continuaremos a luta, até a concretização do nosso sonho”, reafirmou.

A presença dos deputados federais Fábio Faria (PSD) e Sandra Rosado (PSB); os deputados estaduais Larissa Rosado (PSB), Gilson Moura (PV); Getúlio Rêgo (DEM) e Kelps Lima (PR) foram importantes para o fortalecimento da luta, porque todos se colocaram à disposição para destinarem emendas que assegurem os recursos necessários à criação e manutenção do Campus. “Apodi saberá reconhecer o empenho daqueles que participaram da luta”, diz Flaviano.

O prefeito agradeceu ainda a participação de todos os vereadores de Apodi que se desprenderam das cores partidárias e estiveram o tempo todo se pronunciando e manifestando apoio aos estudantes, professores, secretários, assistentes sociais, funcionários da prefeitura e demais presentes à manifestação que alertou o RN sobre as reais condições da UERN.

Fotos: Jânio Duarte