sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Papa Francisco define critérios para escolha dos novos bispos: “Que amem a pobreza e não sigam psicologia de princípios”

Quando esteve no Rio de Janeiro para participar da Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco se reuniu com padres e bispos e expôs sua preocupação com a nomeação dos futuros bispos da Igreja Católica. Francisco também destacou a importância que os padres devem ter na colaboração durante as nomeações dos bispos.
Vós conheceis a célebre expressão que indica um critério fundamental na escolha daquele que deve governar: si sanctus est oret pro nobis, si doctus est doceat nos, si prudens est regat nos, ou seja, se é santo, que reze por nós; se é doutor, que nos ensine; se é prudente, que nos governe”, disse.
Francisco insistiu ao pedir zelo dos padres na delicada tarefa de realizar a investigação em vista das nomeações episcopais, e disse os critérios ideais na opinião do Papa para os novos bispos.
Prestai atenção a fim de que os candidatos sejam Pastores próximos do povo: este é primeiro critério. Pastores próximos do povo! Aquele é um grande teólogo, tem uma mente grandiosa: que vá para a Universidade, onde fará muito bem! Pastores! Temos tantas necessidades de Pastores! Que sejam pais e irmãos, que sejam mansos, pacientes e misericordiosos; que amem a pobreza, interior como liberdade para o Senhor e também exterior, como simplicidade e austeridade de vida, que não sigam uma psicologia de Princípios”.
Segue a conclusão do discurso do Papa:
Prestai atenção a fim de que não sejam ambiciosos, que não procurem o episcopado; afirma-se que o Beato João Paulo II, numa primeira audiência que teve com o Cardeal Prefeito da Congregação para os Bispos, ao responder-lhe a uma pergunta sobre o critério a seguir na escolha dos candidatos ao Episcopado, o Papa disse-lhes com a sua voz particular: “O primeiro critério é: volentes nolumus”. Aqueles que aspiram ao Episcopado... não, não são adequados. E que sejam esposos de uma Igreja, sem estar em busca constante de outra. Que sejam capazes de “velar” sobre a igreja que lhes for confiada, ou seja, de cuidar de tudo aquilo que a mantém unida; de “vigiar” sobre ela, de prestar atenção aos perigos que a podem ameaçar; mas, principalmente, que sejam capazes de “velar” sobre o rebanho, de vigiar, de cuidar da esperança a fim de que haja sol e luz nos corações, de sustentar com amor e paciência os desígnios que Deus realiza no seu povo.
Pensemos na figura de São José que vela sobre Maria e Jesus, no seu cuidado pela sagrada família que Deus lhe confiou, e no olhar atento com que a orientou para evitar os perigos. Por isso, os Pastores saibam permanecer à frente do rebanho para lhe indicar o caminho, no meio da igreja para manter unida, atrás do rebanho para evitar que alguém se atrase  e a fim de que a própria igreja tenha, por assim dizer, o sentido de orientação para encontrar o caminho. O Pastor deve caminhar assim!
Amados Representantes Pontifícios, estes são apenas alguns pensamentos, que brotam do meu coração e que pensei antes de os escrever: desta vez fui eu que escrevi! Pensei muito e rezei. Estes pensamentos vêm do meu coração, e com eles não tenciono dizer coisas novas – não – nada daquilo que vos disse é novo – mas sobre as quais vos convido a meditar, para o desempenho do serviço importante e precioso que prestais à Igreja inteira. A vossa vida é muitas vezes difícil, por vezes em lugares onde há conflitos – sei bem: falei duas vezes nestes dias com um de vós sobre isto. Quanta dor, quanto sofrimento!
Uma peregrinação contínua, sem a possibilidade de lançar raízes num lugar, numa cultura, numa realidade eclesial específica! Mas é uma vida que caminha rumo às promessas e que as saúda de longe. Uma vida a caminho, mas sempre com Jesus Cristo, que nos dá a mão. É uma certeza: Ele segura-vos pela mão. Mais uma vez, obrigado por tudo isto! Nós sabemos que a nossa estabilidade não depende das coisas, mas do fato de sermos Pastores autênticos que mantêm o olhar fixo em Cristo. Mais uma vez, obrigado! Por favor, peço-vos que rezeis por mim, porque preciso muito disto. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos conserve. Obrigado!

Um comentário:

Anônimo disse...

ISSO É CONVERSA PRA BOI DORMIR, QUEM É QUE GOSTA DE POBRES