Muita gente pensa que não, mas a carne de jumento é própria ao consumo
humano. Foi pensando nisso que a Promotoria de Justiça da Comarca de Apodi
promoveu, nesta quinta-feira (13), almoço de degustação da carne de jumento.
O objetivo inicial da iniciativa pioneira é desmistificar o consumo
desse tipo carne e tem como pano de fundo o grave problema de abandono desses
animais, os quais acabam às margens das rodovias à procura de alimento,
causando, por consequência, graves acidentes, muitos deles com vítimas fatais.
Para o Promotor de Justiça Sílvio Brito, o consumo da carne representa uma
solução economicamente viável para o problema dos jumentos abandonados, já que
despertaria nos criadores o interesse na criação desses animais.
O Promotor de Justiça considerou o almoço um sucesso, pois foi aprovado
à unanimidade pelos convidados – cerca de 120 pessoas. “É uma carne saborosa. O que impede o consumo é a barreira cultural,
mas nós vamos superar isso. Lançamos a ideia e agora vamos ver o que acontece”,
destacou.
O evento contou com dois momentos: uma degustação às cegas (na qual o convidado
poderia comer dois tipos de carne, sendo que uma era de jumento e a outra,
bovina, ambas feitas na brasa), além do almoço propriamente dito, no qual foram
servidas carne de jumento guisada, ao molho madeira e escondidinho.
A degustação aconteceu na Churrascaria Apodi, na entrada da cidade, e
contou com a presença de diversas autoridades, além de muitos outros
cidadãos, curiosos para experimentar a iguaria. Entre os presentes,
estavam a Juíza Federal Emanuela Brito, esposa do Promotor Sílvio Brito, os
Promotores Eduardo Cavalvante (Mossoró), Fausto França (Jucurutu) e Rafael
Galvão (Caraúbas), Tarcísio Dantas Secretário Estadual de Agricultura, os
prefeitos Flaviano Monteiro (Apodi), Haroldo Ferreira (Felipe Guerra) e Ciro
Bezerra (Itaú), os Presidentes das Câmaras de Apodi e Felipe Guerra,
vereadores, policiais militares e rodoviários federais, agentes penitenciários
e diretores de cadeias públicas, servidores públicos de vários órgãos,
advogados, médicos (alguns cubanos, inclusive) e até o padre da cidade, que
também foi conferir a qualidade da carne.