A imprensa local vem noticiando um evento que
acontecerá no município de Apodi, na Base de Pesquisa da EMPARN, com o intuito
de discutir melhorias na produção agropecuária utilizando a base de pesquisa da
EMPARN como laboratório. A intenção dos idealizadores e articuladores, entre
eles o Secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca do RN, Eng. Agr. Tarcísio
Bezerra Dantas, o presidente da EMPARN, José Geraldo Medeiros da Silva, o
prefeito de Apodi, Flaviano Monteiro e representantes de entidades agrícolas do
Médio e Alto Oeste do RN, é louvável, mas, infelizmente, não podemos esperar
muita coisa da nossa EMPARN.
Hoje a EMPARN é uma instituição que apresenta muitas
dificuldades na prestação de serviços de pesquisa na área do negócio rural do
RN. Os principais motivos que explicam tal situação são:
1. Quadro reduzido de pesquisadores e de pessoal
de apoio. Um bom exemplo dessa situação é a própria Base de Pesquisa da EMPARN
em Apodi. Uma unidade daquela natureza só apresentaria resultados satisfatórios
para a região se tivesse, no mínimo, 30 servidores (técnicos e pesquisadores).
Atualmente a unidade não possui 10% desta necessidade;
2. A Base de Pesquisa de Mossoró que poderia
funcionar, pela proximidade, como apoio direto à unidade de Apodi, teve o seu
quadro de pesquisadores e de pessoal de apoio reduzido a cada década, desde os
anos de 1980, e hoje conta com menos de 15% da força de trabalho necessária
para acompanhar a evolução do negócio rural da região;
3. A EMPARN como um todo possui um quadro de
pesquisadores próximo da aposentadoria e nos últimos 20 anos não temos notícia
de abertura de concurso público para aquele importante órgão público de apoio
ao negócio rural do RN;
4. O Sistema Agropecuário Brasileiro (EMBRAPA)
interrompeu há muito tempo as parcerias para a alocação de pesquisadores do
quadro da EMBRAPA para a EMPARN;
5. A gestão das lideranças do negócio rural do
RN junto ao Ministério da Agricultura para a instalação em Mossoró de uma
unidade da EMBRAPA para trabalhar em sintonia com a EMPARN se mostram, até o
momento, infrutíferas;
6. Em função do reduzido número de pesquisadores
da nossa EMPARN, ficam reduzidas as possibilidades de captação de recursos em
instituições potenciais de financiamento da pesquisa agropecuária brasileira,
como o Banco do Nordeste, EMBRAPA, CNPq, FINEP, BNDES, entre outras; bem como o
estabelecimento de parcerias como universidades e centros de pesquisa;
7. A inovação tecnológica e a parceria com
instituições privadas (associações, sindicatos, ONGs, e outras entidades) ficam
comprometidas em função da baixa capacidade de renovação do quadro de pessoal
da nossa EMPARN.
Em síntese, seria muito mais viável que o Fórum dos
Municípios do Médio Oeste realizado recentemente em Rodolfo Fernandes apontasse
como foco uma ampla reivindicação junto aos nossos representantes públicos para
requalificar a nossa Empresa de Pesquisa Agropecuária (EMPARN) nas suas
diversas ênfases.
Por Josivan Barbosa