A
Operação Catilinárias apreendeu na casa do ex-ministro do Turismo Henrique
Eduardo Alves (PMDB/RN) documentos judiciais em nome do ex-presidente da
Câmara, deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A PF encontrou com Henrique
Alves - ministro nos governos Dilma e Temer - a cópia de um ofício assinado
pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma petição de um escritório
de advocacia supostamente contratado por Eduardo Cunha e um requerimento do
Ministério Público do Rio.
A
Catilinárias, desdobramento da Lava Jato, foi deflagrada em 15 de dezembro de
2015 e atingiu os caciques do PMDB, alvos de mandados de busca e apreensão. O
relatório de análise do material apreendido foi finalizado em 11 de julho deste
ano.
O
documento destaca que a Federal apreendeu na casa de Henrique Alves uma cópia
de um ofício da Procuradoria-Geral da República, de 29 de abril de 2015,
"no interesse do Inquérito 3983-DF, em andamento no Supremo Tribunal
Federal, endereçado ao Promotor de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania do
Rio de Janeiro, Andre Luiz Noira Passos da Costa, cujo teor, em síntese,
solicita o compartilhamento das cópias dos autos, ambos em trâmite na 10ª Vara
da Fazenda Pública do Rio de Janeiro".
O
inquérito, segundo o relatório da PF, trata de investigação referente ao
recebimento de vantagens indevidas relacionadas à aquisição de navios-sonda
para perfuração de poços de petróleo da Petrobras.
"É
cediço que o investigado Eduardo Cunha responde por enriquecimento ilícito e
improbidade administrativa nestes processos no âmbito da Justiça Estadual do
Rio de Janeiro", anota a Federal.
"Chama
atenção este documento estar nas dependências da residência de Henrique Eduardo
Alves, já que se trata, em primeira análise, de matéria alheia a sua vida
particular ou profissional", prossegue o documento. "Neste caso,
acredita-se que, possivelmente, o investigado estivesse podendo fazer algum
tipo de intermediação em favor de Eduardo Cunha ou estivesse procurando tomar
conhecimento de assuntos relacionados a este. Tal fato também reforça a grande
ligação existente entre os investigados, conforme já se verificou no bojo de
toda a investigação."
A
petição do escritório de advocacia também apreendida na casa de Henrique Alves
é de 23 de junho de 2015. O documento é referente a um processo em que o
investigado Eduardo Cunha é réu em ação de improbidade administrativa movida
pelo Ministério Público do Rio.
"Mais
uma vez, reforça a ligação de Henrique Eduardo Alves com Eduardo Cunha, já que
se trata de uma via de peça judicial do Escritório de Advocacia possivelmente
contratado por Eduardo Cunha e que, estranhamente, fora encontrado nas
dependências da residência de Henrique Eduardo Alves. Cumpre destacar que o
conteúdo da petição se refere ao pedido formulado pelo Ministério Público do
Rio de Janeiro, onde o causídico apresenta razões para o seu indeferimento
alegando, inclusive, que o processo estaria sob segredo de justiça, o que
robustece a suspeita sobre a origem destes documentos no local objeto da busca
e apreensão", registra a PF.
A
Polícia Federal sugere que os três documentos sejam retidos com os
investigadores "por se tratar de material probatório relevante" e
"por ser um documento judicial que, a princípio, está sob segredo de
Justiça".
A
reportagem ligou para o celular de Henrique Alves na sexta-feira, dia 9, mas o
telefone estava desligado. No PMDB do Rio Grande do Norte, legenda da qual o
ex-ministro é presidente estadual, ninguém atendeu às ligações.
3 comentários:
Isso é normal todos corrupto
Acharam o cartão do bolsa família de Eduardo Cunha com Henrique, é AGIOTAGEM (pegou dinheiro emprestado com Henrique e o cartão ficou como garantia).
pois é...RINDO NA CARA DA NAÇÃO!!! SOLTINHOS E BEM RIQUINHOS!!!!!
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