A Segurança
Pública está um caos nesse Brasil, numa crise crônica que só recebe o nome de
"crise", para que não se admita oficialmente que há uma Guerra Civil
em andamento. Os gestores de alto escalão tem se revelado incompetentes ou
impotentes para vencer essa demanda, enquanto "especialistas de fora da
Polícia", ou "policiólogos", dizem o que a Polícia foi, é e
será.
Erick Guerra, O
Caçador
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Quem dá a
identidade da Polícia, quem define como a Polícia deve ou não agir, quem mostra
a realidade do Policial é, em geral, o apresentador de televisão, o cargo
comissionado político ou o cineasta - e é isso que forma a opinião pública e
acaba ditando as ações "espetaculosas" das Secretarias de Segurança
Pública, bem como dá o tom de como o Poder Judiciário trata o trabalho Policial,
em última análise. De fato, é isso mesmo: as Polícias estão sendo derrotadas,
em grande parte, porque não são os Policiais que guiam os rumos do combate ao
crime.
A verdade é que a
Sociedade está longe de entender os meandros da Guerra Civil disfarçada de
"Crise de Segurança Pública"... Daí que admite a ineficiência
embalada em discursos pomposos dos gestores políticos - a coisa que mais enoja
o Policial médio, que já sabe de cor o riscado da incompetência, desperdício de
recursos, "peixadas políticas" e derrotas sucessivas diante do Crime
cada vez mais organizado.
As insatisfações
dos policiais são tantas e tão legadas ao descaso, que é de se perguntar porque
essa categoria profissional, repleta de pessoas com excelente nível de escolaridade
e desenvoltura social, não mete a boca no trombone e se posiciona como força
motriz do Movimento Social pela causa da Segurança Pública. A resposta está na
psicologia: o Policial, em geral, tem uma auto-imagem de "servidor público
anônimo" e "apolítico", daí que acha correto "não
aparecer" para mostrar sua realidade e "esperar da hierarquia
acima" as soluções que, sejamos francos, são os políticos que podem dar.
Com essa visão arcaica, ligada às origens de "pau-mandado" a serviço
das elites que a Polícia tem, muitos policiais de hoje sabotam internamente a
única forma de que seu trabalho seja valorizado e apoiado: a comunicação
social.
Numa época em que
até as próprias Facções Criminosas Prisionais estão emplacando movimentos
sociais (seguindo o exemplo de Facções Criminosas Políticas de tipo MST) e
elegendo representação de cunho partidário tradicional nas Câmaras e
Congressos, os Policiais dão uma clara mostra de inocência e falta de consciência
sócio-política ao esperarem dos seus comandantes institucionais ( que lá estão
por indicação política, em cargos comissionados) que encabecem uma luta CONTRA
o descaso dos mesmos políticos que lhes puseram no cargo... outrossim, é nítido
que o modelo de organização classista de luta no modelo "sindicato" e
"associação" sofreu um severo desgaste, tornando-se anacrônico mesmo,
após a verdadeira degeneração do sindicalismo ocorrida na esteira dos 13 anos
de Governo PT no Brasil - explicando assim a perda de força do modelo tradicional
de reivindicação trabalhista.
Num mundo de
informação, redes sociais e ativismo, os policiais ainda pensam em termos de
"receber reconhecimento" do Governo ou da população, e daí ter suas
necessidades e anseios atendidos, somente sendo profissionais competentes e à
parte da política. A colheita dessa visão equivocada tem sido achatamento
salarial, sucateamento das instituições e decadência do status social da
classe, além da derrota para o Crime. Convenhamos que é um preço caro demais
para continuar a ser pago, numa hora em que policiais e suas famílias são
caçados pelo Crime Organizado, expostos como marginais na TV e tratados como
escravos pelos governos.
Os Policiais não
são atendidos em suas justas demandas porque sequer são ouvidos, e não são ouvidos
porque deixam ao encargo de terceiros (nem sempre bem intencionados) a
visibilidade de sua causa. Como não tem força política, são tratados como
capachos; Como estão apartados da sociedade, são vistos com medo e
desconfiança; Como estão cheios de algemas jurídicas, estão à mercê dos
bandidos.
Amigos policiais:
a solução está no ativismo social pela Segurança Pública (independente de
instituições) e na eleição de gente da Polícia para cargos em todas as
instâncias do Executivo e Legislativo. Contando com suas famílias e amigos, são
milhões de votos e de pessoas prontas para pressionar por melhorias na
Segurança Pública - das mais diversas formas, nas mais diversas áreas.
O Caminho é esse!
Erick Guerra, O
Caçador
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