terça-feira, 18 de julho de 2017

O Brasil não tem futuro. Vá embora enquanto é tempo

Se você leu o título desse artigo e discordou, talvez seja funcionário público com alto salário, passou em concurso nepotista, acomodado derrotista, político ou militante beneficiado, ganhou na loteria ou é só um iludido patriota. Se for, ainda assim é bem provável que, quando chegar ao final do artigo, concorde que o Brasil não tem futuro. O conselho: “vá embora” não serve para todos. O que você vai ler não é pessimismo, é realismo. Nem todos têm a habilidade de aceitar.

Rodrigo Batalha – Escritor e Consultor 
Baseado em documentos desde a colonização, Paulo Prado (1928) descreve os últimos cinco séculos no Brasil. Leia com muita atenção aos detalhes.

“Três séculos tinham trazido o país a essa situação lamentável… O mal, porém, roía mais fundo. Os escravos eram terríveis elementos de corrupção no seio das famílias. Viviam na prática de todos os vícios…. Desdobrou-se esta terra com grande desaforo: as usuras, onzenas, e ganhos ilícitos eram cousa ordinária; os amancebamentos públicos sem emenda alguma, porque o dinheiro fazia suspender o castigo; os estupros e adultérios: eram moeda corrente….Pequeno núcleo, enfim, de devassidão, indisciplina e viver desregrado, desenvolvendo em plena anarquia moral e social os gérmens de desmoralização e depravação de costumes trazidos da metrópole já decadente… Era essa a sociedade informe e tumultuada que povoava o vasto território cem anos depois de descoberto”.

O que mudou nesses 500 anos? Muita coisa. Para pior. Somos líderes em quase tudo que é lamentável: violência, impostos, desemprego, taxa de juros, dívida interna, corrupção, políticos bandidos, mazelas sociais, hipocrisia, analfabetismo, pobreza farta, demagogia, infraestrutura caótica, foros privilegiados, estelionato, egoísmo, proselitismo, impunidade, saúde débil, fiscalização fraudulenta, nepotismo, clientelismo e desigualdade. O responsável por tudo isso? Você, eu, nós. Brasileiros que, assim como outros milhões nos últimos 400 anos, nutriram com seu voto otimista uma classe de criminosos de colarinho branco, baseados num patriotismo tipo amor bandido. O Brasil sempre foi uma estrebaria.

O físico Albert Einstein dizia: “heroísmo no comando, violência sem sentido e toda a detestável idiotice que é chamada de patriotismo: eu odeio tudo isso de coração”. Sim, porque o país também precisa amar e respeitar seu cidadão, e não apenas o contrário, como queria Kennedy. Se Einstein, que foi um gênio, tivesse morado no Brasil do PT, PMDB, PSDB, PSOL, PCdoB, PP e de um Judiciário tão depravado como o nosso, teria criado a Teoria da Imoralidade Geral.

Olhar para os lados com medo de assalto e sequestro, sacar dinheiro escondendo a carteira, cinco meses de suor e tributos, ministros que subjugam as leis, partidos que protegem estupradores, presidente que frauda eleição e operação policial, balas perdidas, 99% de imprensa parcial, coligações que roubam o povo, sequestros, políticos criminosos impunes, super salários inconstitucionais. Entenda e creia: nada disso é normal.

O brasileiro apenas se acostumou, assim como um pássaro, que deveria ser livre, se acostuma ao cárcere. O que você chama de patriotismo entenda como ‘amor à escravidão’. Vício nefasto de uma cultura que se orgulha de samba, futebol e feijoada ao invés de desenvolvimento, segurança e bem-estar.

Afinal, o que é a vida, senão a busca por sobrevivência e felicidade? Se o seu país não oferece nenhuma contrapartida de seu amor, dedicação, suor e fidelidade, por que continuar fiel?

Quantos e mais quantos morrem lentamente graças à incompetência de um Estado corrupto? Isso é ser patriota?

E se um outro país te oferece tudo o que você sempre sonhou, mesmo não sendo cidadão nativo: saúde, respeito, educação, segurança, direitos, paz, qualidade de vida e tranquilidade? Como explicar o patriotismo, que Einstein, não por acaso, tanto odiava?

A vida é fugaz. Até que ponto vale a pena entregar décadas de sangue, esforço, lágrimas e otimismo a uma localização geográfica e hábitos culturais, quando esta (cultura política e ética) desde o século XVI, só faz trair os mais singelos desejos vitais de seus cidadãos? Responda: até que ponto? Sim, eu sou como você, também amo o Brasil. Mas infelizmente nossa sociedade não está integralmente preparada para mudar. Enquanto isso vivemos em eterna apreensão, estado de alerta e revolta. Estamos arruinando a saúde em nome de quem?

Joaquim Nabuco dizia que ‘o verdadeiro patriotismo é o que concilia pátria com humanidade’. Onde? O que queremos não acontecerá em tempo. Não aconteceu até hoje. Antes disso é preciso sobreviver com um pouco de dignidade e respeito de um outro Estado?

Lembre o que disse um dia Diogo Mainardi há 15 anos atrás: “Futuro? Que futuro? O Brasil não tem futuro. Daqui a quinze anos estaremos no mesmo buraco de agora”. Ele estava errado: estamos piores. Se o patriotismo é ‘o último refúgio dos canalhas’, como disse Samuel Johnson, ouça um conselho: se nos últimos 500 anos nada mudou, vá embora enquanto é tempo. Seu maior bem é sua vida. A Pátria você deixa pros canalhas terminarem de destruir.

Por Rodrigo Batalha

Acompanhe o Blog ApoDiário pelo Twitter clicando AQUI.



Um comentário:

Nemias salvador disse...

No Brasil realmente ocorrem tudo isso que esse sujeito descreveu, mas o pior que o Brasil tem é a cultura que esse povo incorporou em seus costumes: cultura em idolatra o errado, passar o semelhante para traz é normal, fraudar o imposto de rende é totalmente normal, furar filas normal, oferecer propina normal, descumprir as leis normal e voltar no mesmo candidato esperando o diferente. Depois vai para os EUA ou Europa falar mal do país onde nasceu, e por fim quando consegue ser aceito, são cumpridores das leis, pois são sabedores que não tem o jeitinho dito brasileiro. Coitado dessa terrinha.