A próxima
campanha já tem, garantidos, R$ 5 bilhões e 400 milhões de recursos públicos –
o seu, o meu, o nosso dinheiro. Há 3,6 bilhões a dividir pelos partidos; há R$
1,8 bilhão gastos no pagamento das emissoras pelo horário “gratuito”. Há ainda
o Fundo Partidário: perto de R$ 1 bilhão por ano, pingando mês a mês no caixa
dos partidos. Há poucos anos, quando o fundo era de pouco mais de um terço do
atual, o presidente de um partido obscuro se queixava de receber “a merreca de
R$ 100 mil mensais”.
E há dinheiro
sobrando, haverá partidos sobrando. Por que não criar um partido para receber o
Fundo Partidário, alugar seu horário gratuito na TV, oferecer a legenda para
algum candidato correto – ou seja, que pague em dia - se tudo está disponível
para isso? Com dinheiro se faz até uma aliança sincera.
E, esquecendo
todos os fatos acima, é bom lembrar quem é que discute a reforma política. O
maior partido, o PMDB, é dirigido por Romero Jucá; o PT, por Gleisi Hoffmann; o
PP, por Ciro Nogueira – por coincidência, os três com problemas no Mensalão.
Quem preside o PSDB é Aécio Neves, que acaba de se livrar do inquérito de
Furnas. O PTB é controlado por Roberto Jefferson, que já cumpriu pena por seu
papel no Mensalão, e o PR segue Valdemar Costa Neto, que há pouco deixou a
prisão.
Difícil, não?
Carlos Brickmann
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