Os Tribunais de Contas da União e dos Estados
se transformaram numa casa muito unida: pai nomeia filho, marido indica a
mulher. E isso não é comédia: os apaniguados recebem salários milionários
Ilimar Franco – ISTOÉ
A “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade, cada
dia descreve com mais exatidão o que ocorre nos tribunais de contas do País.
“João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que
amava Lili”.
Reproduzindo em versos livres: A nobreza política hereditária tem casos exemplares. Um deles é o do Conselheiro do Tribunal de Contas do
Rio Grande do Norte, Paulo Alves. Ele é irmão do senador e ex-governador
Garibaldi Alves, sobrinho do ex-governador Aluizio Alves, primo do
ex-presidente da Câmara Henrique Alves e do prefeito de Natal, Carlos Eduardo
Alves.
Mas os Alves não estão sós no TC do Rio Grande do Norte.
O conselheiro Tarcísio Costa, foi indicado pelo irmão e deputado estadual
Vivaldo Costa; Renato Dias é irmão do deputado estadual e ex-presidente da
Assembleia Álvaro Dias; Poti Cavalcante é ex-deputado estadual e irmão do
ex-deputado Alexandre Cavalcanti, assim como tio do atual vice-prefeito de São
Gonçalo do Amarante, Poti Neto.
Esses Tribunais oferecem bons salários para seus
ocupantes. Os ministros do TCU recebem o mesmo que os ministros do STJ. Estes
ganham 95,25% dos salários dos ministros do STF, que é de R$ 33.700,00, o que
dá para os conselheiros do TCU a bagatela de R$ 32 mil. Mas é claro que não
estão contabilizados aí os escandalosos penduricalhos individuais, como auxílio
moradia, gratificação por função, férias de 60 dias, entre outras coisas.
Os conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais recebem
o mesmo que os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados, que
correspondem a 90,25%, dos R$ 33.700,00 dos ministros do STF, ou um total de R$
30 mil.
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