Sérgio Cabral
virou sinônimo de escárnio. Mas não chegou a esse ponto sozinho. Foi com a
ajuda do eleitor do Rio de Janeiro que o PMDB de Cabral tornou-se força
hegemônica no Estado. Em 2012, quando Lava Jato era apenas o nome que se dava
aos lugares onde se lavavam carros, Eduardo Paes, reeleito prefeito do Rio pelo
PMDB, chegou a lançar o nome de Cabral para vice de Dilma Rousseff.
Nessa época ainda
brilhavam no dedo de Adriana Anselmo, a mulher de Cabral, os diamantes do anel
comprado pelo empreiteiro Fernando Cavendish em Mônaco, num aniversário de
madame. Era um achaque, informa agora Cavendish. Não, “foi um presente de
puxa-saco”, disse Cabral em depoimento, antes de emendar: “Não sou Adhemar de
Barros, rouba, mas faz…” Ai, ai, ai…
Nesta
terça-feira, horas antes de Cabral prestar depoimento no Rio, o ministro Gilmar
Mendes declarou em Brasília que não se pode considerar todos os políticos
corruptos. Verdade. Só os que roubam. Precisamos dos profissionais da política,
acrescentou Gilmar. Corretíssimo. Desnecessários são apenas os larápios.
Por ora, o
Supremo de Gilmar não condenou nenhum político da Lava Jato. Assim, na Era das
malas de dinheiro e dos anéis de diamantes, não resta ao brasileiro senão
transformar as urnas de 2018 numa espécie de Juízo Final. Isso, evidentemente,
se não quiser continuar fazendo o papel de bobo.
Por Josias de Souza
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